Self Image 2016

Self image: one’s concept of oneself

Eu sou filha de pais que choram. Lá em casa ninguém nunca foi chorar no banheiro. Por causa disso, eu soube desde cedo que somos só pessoas bem confusas tentando fazer o melhor possível. E se existe alguma beleza, aí está.

Eu sou amiga de algumas pessoas e descobri recentemente que não sou colega de ninguém, porque claramente não sei ter alguém por perto sem mostrar tudo de feio e bonito que eu tenho e esperar que a pessoa me mostre também. Sou viciada em conexões profundas, em conversas existenciais, em virar noites falando sobre medo e esperança.

Eu aprendi recentemente que a gente cultiva medos, traumas e desconfianças só pra perceber depois que não consegue escapar dos nossos monstros. E que eles são realmente assustadores, fazem a gente chorar na frente de todo mundo, mas não matam ninguém. Descobri que não tenho vocação pra ceticismo, não sei me proteger da vida e prefiro que ela aconteça a mim e me dobre mil vezes. Prefiro ser tida como fraca do que ser cruel. Prefiro ser julgada do que forjar frieza.

Ontem descobri que meu ascendente é peixes, não aquário. Isso só confirma que, apesar de ter pensado por tanto tempo que algo em mim nasceu pra não se importar, a verdade é que eu nasci pra sentir muito. Sentir muito não é sentir demais.

Eu tenho 22 anos. Sou responsável por manter outro ser vivo há mais de três. Ando pelo mundo tentando não magoar ninguém. Falo alto demais. Tenho uma risada ridícula. Sou materialista com livros. Feminista. Suburbana. Minha história começa na primeira Guerra Mundial, mas eu já sei ver minhas raízes como coisas bem confusas e bonitas. Eu aprendi a estar vulnerável. É hilariamente reconfortante.

 

A ideia inicial desse post é do Eric, no Youtube. Você pode ler minha self image de 2015 e 2014.